Parkinson: diagnóstico e cuidados

Parkinson: diagnóstico e cuidados

A Doença de Parkinson é uma perturbação cerebral assim chamada em memória do médico inglês que a descreveu no séc. XIX.

É uma doença bastante frequente e progressiva para a qual têm surgido novos tratamentos bastante promissores.
Os elementos-chave que definem a Doença de Parkinson são a presença de tremores, rigidez do tronco e dos membros e lentidão dos movimentos.

Estima-se que cerca de 20 mil portugueses sofram da doença de Parkinson. Os hospitais centrais registam por ano mais de 1800 novos casos e prevê-se que, com o aumento da longevidade da população, esta doença aumente nos próximos vinte anos, afectando cerca de 30 mil portugueses.

À escala mundial, estima-se que existam 7 a 10 milhões de pessoas que vivem com esta doença.
A sua prevalência aumenta com a idade, sendo rara antes dos 50 anos, e é mais comum nos homens do que nas mulheres. Contudo, em 5% dos casos a Doença de Parkinson surge antes dos 40 anos.

Qual a causa de Doença de Parkinson?

Esta doença resulta da redução dos níveis de uma substância que funciona como um mensageiro químico cerebral nos centros que comandam os movimentos. Essa substância é a dopamina. Os níveis de dopamina reduzem-se como consequência da morte das células cerebrais que a produzem. Para que os sintomas de Parkinsonse manifestem, é necessária a morte de 70 a 80% dessas células.

Contudo, não se sabe porque razão essas células morrem e porque razão umas pessoas desenvolvem esta doença e outras não.

Outros factores que contribuem são a história familiar, a exposição a pesticidas ou toxinas industriais e o envelhecimento em si mesmo.

Quais os sintomas da Doença de Parkinson?

Uma vez que a dopamina controla a actividade muscular, os sintomas desta doença relacionam-se essencialmente com os movimentos. Para lá dos tremores, rigidez e lentidão de movimentos já referidos, existem outros sintomas que se traduzem no sono, no pensamento, na fala e no estado de espírito dos pacientes.

A manifestação inicial da Doença de Parkinson é, de um modo geral, um tremor ligeiro numa mão, braço ou perna que ocorre quando a extremidade afetada está em repouso mas que pode aumentar em momentos de maior tensão. Como regra, o tremor melhora quando o paciente move voluntariamente a extremidade afetada e pode desaparecer durante o sono.

À medida que a doença progride, o tremor torna-se mais difuso e pode afectar as extremidades de ambos os lados do corpo.

Quando os músculos da face são afectados, a expressão pode ficar apagada e, no caso de outros músculos, o doente pode ser incapaz de cuidar de si próprio.

A depressão ou ansiedade são frequentes nos pacientes com Parkinson, bem como as perturbações da memória.

Podem ainda ocorrer dificuldades visuais, incontinência urinária e alterações na sexualidade, cãibras, dificuldades de mastigação e deglutição, bem como aumento da sudação.

A instabilidade postural e as dificuldades na marcha tornam a doença de Parkinson bastante incapacitante, dificultando o sentar-se e o levantar-se e obrigando a uma marcha com pequenos passos, arrastados e sem o normal movimento pendular dos braços.

É importante referir que cada doente vive os seus sintomas de forma diferente.

Como se diagnostica a Doença de Parkinson?

Esse diagnóstico depende da história clínica e da avaliação neurológica. Não existe nenhum teste laboratorial que permita um diagnóstico definitivo.

Perante um quadro sugestivo desta doença, a realização de um ensaio de tratamento com levodopa é útil. Se os sintomas melhorarem durante esse ensaio, a probabilidade de se estar perante Doença de Parkinson é elevada.

Como se trata a Doença de Parkinson?

Embora não exista cura, os sintomas podem ser controlados através de diversos tipos de medicamentos.

Esses medicamentos estimulam a libertação de dopamina, desde que ainda existam células cerebrais produtoras de dopamina. Quando tal não é possível, recorre-se a outro tipo de medicamentos, como a levodopa que depois é convertida em dopamina a nível cerebral.

Existem ainda outras classes de medicamentos que imitam a acção da dopamina e outros que impedem a sua degradação, assim prolongando a sua acção no cérebro.

A escolha do tratamento adequado para a Doença de Parkinson dependerá, portanto, da fase da doença.
Alguns estudos referem o interesse da utilização de alguns anti-oxidantes e suplementos contendo vitamina E e C. É essencial que a utilização dessas outras substâncias seja sempre feita com conhecimento e concordância do médico.

São igualmente importantes medidas como a prática regular de exercício físico e uma dieta equilibrada que permitem oferecer melhor qualidade vida e melhorar o controlo corporal.

Qual o prognóstico da Doença de Parkinson?

Como se disse, a Doença de Parkinson não tem cura mas os tratamentos atuais permitem um controlo muito mais eficaz, melhorando todos os aspetos da vida dos doentes por ela afetados.

Fonte: CUF

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