Coronavirus: como proceder com quem tem maiores riscos, como idosos?

Coronavirus: como proceder com quem tem maiores riscos, como idosos?

Ainda que ninguém esteja imune ao Covid-19 — uma vez que se trata de um novo tipo de coronavírus e o ser humano ainda não desenvolveu defesas naturais —, há pessoas que são mais suscetíveis e que correm maiores riscos de desenvolver complicações graves. Nestes grupos incluem-se as pessoas com mais de 60 anos, mas também todos as que têm imunidade reduzida (desde doenças autoimunes até grávidas) e problemas de saúde de natureza cardiovascular, diabetes, dificuldades respiratórias, hipertensão ou cancro.

Estes grupos foram assinalados por uma delegação de peritos da Organização Mundial da Saúde (OMS) enviada à China como apresentando os quadros de infeção mais graves e taxas de mortalidade mais altas. Foi neste país que nasceu o surto e é aí que continua, de longe, a concentrar-se o maior número de casos de Covid-19.

Estas pessoas devem ter cuidados redobrados, sobretudo se a situação evoluir para cenários de propagação alargada do vírus. “A situação é dinâmica e as medidas têm de se adaptar às várias fases de evolução”, explica o pneumologista Filipe Froes. Para já, esclarece o médico do Hospital Pulido Valente, Lisboa, a recomendação é para continuar a ter as preocupações básicas com a higiene das mãos e evitar contacto próximo com pessoas com sinais de infeção.

Quanto a deslocações, Filipe Froes diz que são de evitar viagens a países em que haja transmissão na comunidade (quando deixa de ser possível identificar o sujeito que causou infeção) ou onde está a aumentar o número de casos.
Sobre reservas de medicamentos, o pneumologista frisa que “qualquer doente que tenha de tomar medicação deve ter uma reserva para mais de um mês, acautelando assim alguma falha na distribuição ou a impossibilidade de se deslocar”.

Se os casos se multiplicarem em Portugal e houver um risco de contágio generalizado, então as medidas de proteção terão de ser intensificadas, devendo-se evitar locais fechados e muito frequentados, como transportes públicos ou centros comerciais.

O uso de máscaras por doentes de risco pode ser recomendado. Para já, a orientação é para que apenas os profissionais de saúde e os infetados ou com suspeitas de infeção as usem. Andar com máscara fora destas situações pode até “aumentar o risco de contágio devido a uma falsa sensação de segurança e a um aumento do contacto entre mãos, boca e olhos”, avisam as autoridades de saúde.
Mas os cuidados não se restringem aos mais vulneráveis, avisa Filipe Froes. “Temos de ter circuitos próprios para casos suspeitos e enfermarias para doentes infetados para evitar que quem não possa ficar, durante uma ida ao hospital.”

Fonte: Expresso

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